quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Porque eu sou assim?

  Uma análise da minha trágica história para explicar meus problemas psicológicos.

Sabe aquela história clichê da menina feia e inteligente que ninguém sabe o nome e que não tem muitos amigos? Pois é, percebe-se que a minha vida é uma novela mexicana só por esse começo. Bom, para completar, meu apelido era Assolan (sim, assolan é aquela lã de aço utilizada para lavar panelas) por causa do meu cabelo rebelde. Se isso me incomodava? Com 10 anos você é tão inocente que não se importa muito com isso. Só se tornou um problema real quando mudei de colégio e não consegui fazer muitas amizades, sendo que as poucas que eu fiz foram com as meninas mais excluídas de lá. Mas tudo bem, sempre tive a esperança que minha vida ia mudar. E mudou (pra pior, é claro!). Arranjei uma amiga diferente daquelas, uma que, digamos, era mais popular. Qual a parte ruim? Ela era muito bonita. E porque isso é um problema? Quando você tem 13 anos, está no auge da sua pré-adolescencia e beijar o menino que você gosta é o que mais te importa, não é legal ter uma amiga que te rouba todos os pretendentes e te faz ser sempre a segunda opção. Segunda opção: anotem aí! Esse termo será muito repetido nessa comédia. Pode parecer bobagem mas saber que os meninos, até mesmo os que ficam com você, preferem muito mais a sua melhor amiga é horrível! Você se sente feia, esquisita, sempre fora dos padrões, como se nunca fosse boa o suficiente. Triste, né? Mas aguentei por mais ou menos uns dois anos isso (calada, é claro! sempre com medo da incompreensão alheia). Aos poucos fui fazendo outras amizades, fui conhecendo mais pessoas, fui finalmente sendo reconhecida por alguns. Se você acha que é agora que minha vida vai mudar de vez, você acertou. Momento clímax da história: Sabe aquele menino gato, que todas as meninas são loucas para ficar, mais velho, alto e super divertido? Pois é, virou meu namorado. "Como assim?" você deve estar se perguntando. Juro que também não sei como minha vida deu essa reviravolta e muito menos o que ele viu em mim. Só sei que pela primeira vez na vida eu me senti feliz sendo do jeito que eu era. Não me preocupava mais em agradar as pessoas, em fazer parte dos padrões. Eu era eu mesma e ele me amava por isso. Eu tinha 14 pra 15 anos e já conhecia a felicidade! Tinha como melhorar? Claro que não, por isso mesmo começou a dar tudo errado. Ele terminou comigo justificando com motivos bobos e dois meses depois começou a namorar de novo. Acho que já dá para imaginar como minha auto estima e minha confiança ficaram, né? Retrocedi completamente. Aquela menina que se achava bonita, legal e amável foi substituida por aquela que sempre foi a segunda opção das pessoas. Não caro leitor, não chore. Eu sei que é difícil mas acredite, já chorei por mim, por você e por todas as pessoas desse mundo. E depois? Bom, demorei muito mas tive que seguir minha vida. Momento clímax da história parte 2: Entrei para o teatro. Querido leitor, se nunca foi ao teatro vá imediatamente, você não sabe a maravilha que está perdendo! Digamos que essa foi uma das melhores épocas da minha vida. Cresci como atriz e como pessoa. Aprendi a me sentir mais confiante, a admirar a beleza das coisas, a prestar mais atenção nas pessoas. Aprendi até a me apaixonar de novo. Pena que dessa vez por uma confusão sem tamanho. Foram dois anos de uma paixão meio maluca onde parecia ter vilã, mocinho, mocinha, psicopata, o enganado e o controlador. Quase uma novela mexicana, e daquelas bem ruins (não que alguma seja boa, mas acho que você entendeu). No final das contas não passou de um amor platônico que destruiu outra vez minha auto estima e que, meio sem querer, destruiu meu sonho de ser atriz (pausa importante: eu também era a segunda opção dessa história doida). É, você deve estar se fazendo a mesma pergunta que me vem à cabeça todos os dias "Que que essa menina fez pra merecer isso?". Calma que ainda não acabou. Sai do teatro e perdi um pedaço meu e da minha confiança. Momento clímax parte3: Fiz novas amizades e comecei a me enturmar novamente. Aprendi a beber, a sair, a ter mais responsabilidades. Aproveitei meu terceiro ano como nunca tinha aproveitado nenhum ano naquele colégio. Fui finalmente aceita por aqueles que tanto me ignoraram a vida inteira. Até comecei a ficar sério com o menino e tudo mais. Se eu tive confusões malucas e fui aguma vez a segunda opção durante esse tempo? Claro que sim! Mas posso adiantar que hoje eu estou prestes a fazer psicologia, que a minha história com esse menino se tornou um namoro sólido e que encontrei a felicidade verdadeira novamente. Se eu me curei desses meus traumas de auto estima? Melhorou muito mas ainda tenho a síndrome do patinho feio e desajustado em relação a sociedade. Se voltarei ao teatro? É um dos meus sonhos, mas não sei. Se eu finalmente encontrei o caminho contrário ao caos? Claro que não, né? Que pergunta mais idiota pra quem conhece a minha vida. Mas posso dizer que mesmo cheia de bobeiras, medos infantis e problemas psicológicos, eu não mudaria absolutamente nada na minha história.

4 comentários:

  1. Aah... juro que me emocionei.. KK Sabe, claro que eu soube de muitas coisas pelos outros na epoca do teatro, e pessoalmente, eu nunca entendi pq as coisas foram daquele jeito... No fundo, mesmo sendo um garoto, eu me identifico muito com essas coisinhas que vc escreveu. Nao é uma questao de padrao, é questao de viver... Acho que todo mundo é o protagonista da propria historia, nao podia ser diferente, né? KK Bobeirinhas a parte... VOCE MANDA MUUUITO!

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  2. nossa, aquela época foi uma confusão sem tamanho! um dia te conto tudo.. todo mundo tem um lado "novela mexicana" na vida né? hahahaha. a vida é muito complicada mas vale muito a pena! e quando voltaremos para os palcos de bh ein? hahaha.. ooown *-* QUEM ME DERA! mas fico realmente MUITO feliz por você ter gostado :D

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  3. Adorei isso de "novela mexicana". Eu pretendo voltar pra luz da ribalta o mais depressa possivel. É só ter um pouquinho mais de grana. Own... amei esse plural aí. Continue escrevendooo...

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